terça-feira, 10 de novembro de 2009

CRISE EXISTENCIAL


Esta bendita crise nos coloca diante de um dilema: "ou eu continuo minha caminhada ou vou ficar sozinha aqui". Este é o momento para eu fazer escolhas que já não posso adiar mais em minha vida. Não tenho tempo para ficar aguardando a hora certa. O momento é este.
Crise é sempre um confronto entre quem eu sou, o que sou e o que eu sei que sou na verdade. Esta é a minha identidade, esta gravada dentro de mim. Porém o que sou tenta me confundir o tempo todo!!! mulher feia, bonita, inteligente, burra, pobre, rica, pai e mãe ao mesmo tempo.Todos as vitórias, jamais compensarão a perda maior de todas que é a de eu não poder ser exatamente quem eu sou. Pois tenho que fingir para o mundo que sou uma pessoa que não existe em minha intimidade. É o preço que tenho que pagar por viver em sociedade.
É horrível a tarefa de transformar esperança em confiança. Sempre dá aquele medo de deixar o comodismo de um mundo conhecido e seguro ( ainda que totalmente insatisfatório e indesejado) e mergulhar no mar desconhecido e ameaçador, realizando mudanças profundas (algumas absolutamente irreversíveis!) no nosso estilo de vida, nos papéis sociais, no trabalho, nos já então falidos relacionamentos, na minha família, enfim, na minha própria vida, para alcançar o tipo de pessoa que eu quero ser e o tipo de vida que eu quero viver.
É exatamente assim, na crise, ou eu cresço ou eu apodreço! Não existe meio termo para isso. Mudança é sempre um ato de saltar no escuro.Uma coisa a vida me ensinou: toda mudança tem ganhos, ainda que não sejam os desejados.
A questão é que a gente vicia até mesmo em sofrer, em viver mal. Sofrer, aliás, é um dos vícios ao qual mais acostumamos em nossa vida terrena. O exercício diário da do sofrimento destroe nossos sonhos e esperanças.
Se eu realmente deixar minha real identidade se fazer presente, as outras pessoas vão pensar que eu pirei de vez.
Não existe nenhuma mudança sem dor.Para entrar na crise, muitas verdades precisam ser ditas, vistas e ouvidas. Para sair da crise, muitas coisas precisarão ser mexidas. E, nem sempre gostamos que nos apontem os dedos no nosso nariz.
Não posso acredita que eu preferi ficar "numa de entrar numa" que parecia que eu não ia sair nunca mais do buraco sem fundo em que minha vida se transformou. Foi uma dor sem tamanho, um sofrimento só, uma angústia danada, a cabeça pirando de vez com as inúmeras perguntas conflitantes.
Eu estava sendo um fracasso por deixar nas mãos dos outros a tarefa de definir quem eu sou.

4 comentários:

  1. Boa tarde!
    Nossa que texto lindo! Amei...
    Parabéns
    Ana Rita

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  2. Não entendo como que alguém com tanto talento está fora da imprensa.
    Parabéns!
    Vá pra midia!
    A Imprensa está carente de talentos como você.
    Até, por sinal, a lei que regulamenta a profissão de jornalista está de volta nas discussões do senado.
    Salvemos nossa profissão.
    Junte-se a nós profissionais menospresados!

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  3. Olá,
    Não pretendo por enquanto voltar a escrever para jornais. Já tive esta experiência mas, por enquanto (este plano está engavetado).
    Escrevo no blog pq gosto e, como uma forma de não esquecer o que aprendi com meu professor.
    Um abraço,
    Gil Cardoso

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  4. Boa Noite Gil
    Quem nunca passou por uma crise existencial?
    agora mesmo, estou passando por uma que é f..
    É sempre comlicado assumir isso!!!!
    Abraço,
    Sandra

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